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domingo, 9 de novembro de 2014
Quando a chuva não veio e o céu brilhou solarengo os corpos despiram-se dos trapos quotidianos e as areias desérticas rebentaram numa tempestade corpos estendidos saltitantes como a bola, gesticulantes numa fala gestual absurda e louca e as vozes cruzavam-se esganiçadas e roucas harmoniosas e iradas.
Era o tempo de todos, era o tempo sem tempo nem horas
O mar silvava gritos da pequenada, ordens dos anciãos e o apito irado e advertido troava nas costas e ouvidos dos incautos.
Como numa ilha desértica dois jovens viviam uma vida que era deles num outro filme sempre plagiado sempre visto e revisto desde o tempo das memórias.
Todavia as palavras os toques os risos e sorrisos, os desejos inflamados os olhos cegos eram apenas deles mergulhando-os em ondas selváticas de paixão avassaladora indiferentes ao vento norte que se elevara rajando areia e frio misturados.
A debandada aconteceu em rostos cabisbaixos de sofrida ignomínia perante a investida sempre forte desse vento que enche os pulmões das gentes do norte tornando-os rijos perante a adversidade.
Mas não eram tempos de lutas nem guerras e o lazer escaldante requeria o ameno de vento e as caricias desse mar....
O silencio caiu aos poucos como o anoitecer e gritou em tom rouco o prazer o êxtase desses corpos jovens que indiferentes formavam uma ilha de calor no gelo das areias evoladas e de mutação constante.
Os olhos que de longe perscrutavam, sorriram pela primeira vez e andaram dali levando na alma a ideia que afinal tudo ainda seria possível mesmo com tudo caído a seus pés disperso por ventos passados mas deixando de pé bem consolidado tudo o que havia na sua alma ; AMOR!
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