segunda-feira, 28 de março de 2011

...HIPOTENUSA





Hipotenusa = Teorema de Pitágoras!

Pitágoras...tenho que falar com ele!

Como tinha tempo e a viagem ainda demorava um pouco, resolvi falar com tão ilustre pessoa. Quem havia de ser? Pois é, o internacional Sr Pitágoras! Não, não é nenhum novo craque do futebol, apenas um filosofo matemático, que embora já esteja um pouco esquecido, pois a reforma já o colheu há muito e passa agora a vida retirado num qualquer lugar, pescando números, equações, e teoremas, uma vez que no sítio onde está não tem "Tv" e muito menos "internet". Eu falei-lhe destas duas fulanas que estão muito em voga em todo o mundo e que fazem ciúmes ao menino Ronaldo pois batem o recorde de assistências.
P- Claro que já ouvi falar da TV e(I)... quê? Perguntou-me ele.
EU - O tal canal que despediu a tal jornalista Manuela...
P - AH! Já me lembro! Matematicamente falando e equacionando ela dava para fazer um bom teorema em que a raiz quadrada estava para a bocarra asim como....
Eu - OHHH! Sr. Pitágoras deixe lá isso!
P - Olhe lá! Disse-me ele. Eu sou Pitágoras mas não sou pitosgas eheheh! Aquilo é que é... no meu tempo... todas aquelas coisas rechonchudas...
Eu - Deixe lá agora, esse tempo já passou! Sabe eu estava a falar consigo para ver se me dava o número da tal Hipotenusa e o dos Catetos.
P - Ora deixa-me lá ver...acho que uma vez lhe fiz um poema, ou era outra coisa?
Vou recitá-lo! " O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos" não é lindo?
Eu - Oh Sr. Pitágoras não é um poema mas sim um teorema!
P - E depois, é lindo na mesma,não é?
Eu - A nova juventude não lhe acha graça nenhuma, pois a matemática para eles é como a net para si.
P - Nets qual carapuça, isso é magia negra e cuidado com a inquisição, pois ela está em todo o lado, e nunca se sabe quem escutou, quem acusou e quem é o verdadeiro culpado e depois qualquer um vai assar o traseiro no fogo redentor.
Eu - Nisso tem razão, pois mesmo agora há as escutas, ninguém sabe quem as ordenou e ninguém é responsável. Agora vão colocar chips nas matriculas dos carros e mais tarde no nosso traseiro.
P - Ah! Vê como tenho razão?
Eu - Pf professor sabe, ou não sabe, onde moram os ídolos do seu teorema.
P - Ídolos? Não há um programa qualquer que se vai ver naquele caixote da bruxaria?
Eu - Não, não! do teorema, a hi po te NUSA!!!!
P - Ah! Muito bem não vale a pena gritar, que apesar de não ouvir não sou surdo e ouço muito bem matemáticamente falando e há a lei das probabilidades...
Eu - Pois desculpe lá... o nnuuumerroooo pf.
P - Quais números? Ela mora ali já!
Eu - E os Catetos?
P - já ali!
Eu - Bom, muito obrigado eu vou tentar falar com ela.
P - Tenha cuidado com ela, pois ela é ....bem sabe como é...assim pró cheio de tudo...aquilo é que foram tempos. Andava sempre nas bocas do mundo. Não havia corte ou palácio onde ela não estivesse presente e então naqueles bailes...
Eu - Adeusinho até um dia! Obrigada.
As minhas pernas iam fraquejando, enquanto abria o portão da antiga casa que vivia no alto da colina.
A cor ainda tentava reluzir aqui ou acolá, mas as heras que a cobriam asfixiavam-na, tornando-a mais pálida. As madeiras eram habitadas por carunchos ruidosos que se refastelavam num repasto de séculos. Os vidros apagados, pela poeira do tempo, reflectiam a luz morna daquele fim de tarde.
O telhado corcovado pelo peso dos anos, ainda se mantinha erguido a custo e dava a impressão que uma qualquer brisa o iria levar. A porta de madeira maciça erguia-se altaneira defronte do meu olhar. O meu bigode estremeceu num arrepio, como seria ela? Como me iria receber?
Peguei na enorme aldrava e deixei-a cair com um estrondo que abalou toda a estrutura e fez levantar voo enormes morcegos e vampiros e a vegetação até ai quieta se revolucionou num frenesim escondido, apenas visível no seu restolhar.
Ia para voltar a bater quando um chiar agudo me fez encolher e tapar os ouvidos.
- Quem está ai? Perguntaram-me das sombras internas da bocarra que se abrira.
- Sou EU! Queria falar com a dona Hipotenusa.
- Miss Hipotenusa está a meditar e não pode atender ninguém.
- Mas é que eu venho de longe, do século XXI e necessitava mesmo de lhe falar.
BRUUUUUUUUUUUUMMMMMMMM!
A porta tinha-se fechado mesmo na ponta do meu nariz.
O pó levantado fez com que a minha alergia acordasse e se pusesse aos saltos com dezenas de espirros...
De novo o chiar comeu a minha audição fazendo-me soltar em língua vernácula um dito nada jocoso.
A linda rapariga franzina que me abriu a porta assomou tímida e com uma vénia me fez entrar na pequena salinha, que mais parecia um parque de estacionamento de um qualquer hipermercado.
Ali fiquei parado por breves momentos no meio das teias e do pó acumulado, funcionando como sinais de transito. Depois lá fui seguindo os passos que ecoavam mais lá prá frente. De tantas portas e arcadas ultrapassadas entramos por fim naquela que era para mim a mais pequena.
Sentada numa chaise longue estava um vulto de longos cabelos encaracolados caindo sobre um níveo pescoço ,orlado de golas de rendas, presos a um enorme vestido de azul celeste que caia pendendo na carpete, que ilustrava o soalho em grandes figuras carcomidas e esbatidas pelo tempo
O enorme leque de tons dourados e azulados tapava aquele rosto como um mistério a desvendar.
Cá estou eu! Pensei! que me vai acontecer?
Preparei o meu Karaté, aquele do AHAHAH! para o que desse e viesse. Não! não estava com medo, só...bem talvez com pouco de cagaço.
De repente o leque abanou e fechou-se com a aragem. O seu rosto explodiu no ar e arremessou-me para uma outra dimensão, tal era a sua beleza. Olhos azuis fitavam-me e o sorriso cativava-me e eu não podia falar pois estava de boca aberta de par em par. Por fim lá consegui balbuciar:
- Eu sou Eu e vim do século XXI para conhecer a história do teorema de Pitágoras.
H - Ah Pitágoras, Pitágoras, aquilo é foram tempos e os Catetos sempre encima de mim, ai seus malandrecos que ainda me provocam estes calores, mas nem a Soma e os Quadrados os demoviam quanto mais a Área.
Enquanto falava eu não tirava os olhos dela. Longilinea... como uma linha. Os corpos danones eram montes de gordura à sua beira. Como ela era linda! Todos aqueles arredondados perfeitos. Ai hipotenusa minha deusa! Pensava eu enfeitiçado...
Ela lá ia perorando a sua conversa contando-me a sua vida amorosa com todos os intervenientes do teorema.
"
Teorema era muito charmosa, tinha curtos cabelos castanhos encaracolados e olhos da mesma cor. O seu sorriso era fácil e deslumbrante e gostava muito das festas de "la belle époque". Vestia um longo vestido branco arredondado com um casaquito curto que lhe moldava o que havia para moldar.
Tinha uma grande paixão pelos gémeos Catetos e disputava-os como seus. Por outro lado havia os Quadrados que eram os anjos da guarda dos gémeos e da bela Hipotenusa. Estavam sempre por cima deles. Já naquela altura havia aquele toque de gay nestes Quadrados. Por isso andavam sempre por ali e sempre embaralhados uns nos outros. Coitados eram mesmo quadrados! Hipotenusa era amada pelos dois Catetos gémeos mas nunca sabia qual deles era quem, e por isso desfrutava os dois. Chamava "catetinhos! " e eles vinham logo correndo com os Quadrados alvoraçados e estridentes gritando em cima deles"- esperem por nós ! ai, ai estes meninos são mesmo marotos uns diabinhos". Depois Hipotenusa lançava aquele seu olhar diabolicamente doce e convidativo que veio mais tarde a ser muito conhecido como "hipnotizar". Eles como tarecos lá iam mimando-a e levando-a a todas as grandes festas onde os eruditos discutiam a filosofia das artes, das ciências e das matemáticas.
Teorema era por seu lado muito ciumenta pois os Catetos davam mais atenção a Hipotenusa.
Um dia toda roída pelos ciúmes e louca de amor pelos Catetos foi ter com Pitágoras seu grande amigo, mas que também amava Teorema desfiando o seu rosário.
Assim um belo dia Teorema foi muito clara, ou ele arranjava um modo de os unir a todos ou acabava tudo à bofetada.
Pitágoras grande filosofo e matemático, lá consegui somar 2+2 mas não dava conta certa.
- Esta agora? Como é que eu vou poder ajudar Teorema e livrar-me das complicações entre mulheres.
Naquela altura ainda não havia neurónios, mas sim massa cinzenta. Por isso era mais difícil de pensar. Os dias foram-se passando até que conseguiu chegar a uma solução que abrangesse todos os intervenientes. Fora uma enorme luz que se acendera e Thomas Edison que por acaso estava por ali, topou o golpe e resolveu divulgar esta descoberta metendo a luz dentro de um vidro e descobrindo a lâmpada e mais tarde tornou-se célebre,"um homem tinha dado por fim à Luz..."
Pitágoras chamou dois amigos e contou-lhes o que se passava, e se eles estavam de acordo com o que lhes tinha segredado antes.
Os amigos chamavam-se Área, amazonas, tipo moreno e arisca, longos cabelos com madeixas douradas e Soma tipo copinho de leite, loiro com cabelo espetado e betinho. Ele seria o crómo do grupo.
Num belo fim-de-semana Pitágoras convocou uma reunião de alto nível como o G8.
P - Já tenho a solução dos vossos problemas.(tratado de Lisboa) Assim para satisfazer Teorema minha amada e unir-vos a todos resolvi a questão desta maneira.(tipo Ferreira Leite)
Fiz um enunciado histórico: (Discurso á Socrates)
"A Área do Quadrado da hipotenusa é igual à Soma da área dos quadrados dos catetos". Desta maneira foi celebrizado o grupo e têm todos vivido em amizade desde há muitos séculos."( 3 grandes do futebol)

Teorema, Área e Hipotenusa vivem juntos numa das páginas da matemática. Na outra estão Soma, Quadrados e Catetos. De vez enquando juntam-se para fazerem o Teorema quando convocados. Os Catetos continuam a sua guerra por Hipotenusa e Teorema ama-os a todos numa onda abraçada de amizade, pois de outra maneira não conseguia surfar , pois os Catetos apenas viam a bela Hipotenusa. Pitágoras vive no Mundo da matemática e lá vai suspirando pelo seu eterno amor Teorema.
De vez enquando ouvem-se risos abafados e bolorentos quando algum aluno se espalha quando confrontado com este Teorema.
"
Hipotenusa ergueu sua mão esguia e quente, que beijei suavemente, mas pensando por dentro "ai Hipotenusa, Hipotenusa " o que eu te diria , se tivesse vivido no teu tempo. Agora digo para comigo" Hipotenusa queres andar com o Eu que eu ando com o TU?"
Meu coração vibrava de emoção, pois conseguira decifrar um dos maiores enigmas da antiguidade, a história do Teorema de Pitágoras.
Miss franzina trouxe-me de regresso à porta agora aberta e que se fechou nas minhas costas com um suave chiar que que me arrepelou todo e me fez soltar aquela palavra proibida que nunca se diz , pensa-se e está sempre lá.
A casa foi-se diluindo no nevoeiro do tempo enquanto a realidade se apoderava de mim rindo á socapa. "Coitado do Jorginho, está mesmo apanhado".
Por fim, é tempo de escrever FIM!
F I M !

Posso mandar um beijinho(uma canção para ti) Queria agradecer ao sr.....

Jorge d'alte

quinta-feira, 10 de março de 2011

...Gota

... Gota!
A névoa cresceu fria queimando asperamente com seu toque insano. Cá dentro como lá fora os olhos não conseguem ver.É a dor fervente que se agita descendo em redemoinhos como tufão levando tudo de vencida e aí estou eu.
Cresci devagar no auge da emoção,no proscénio do olhar espreitei a medo e envergonhada fiquei ali parada no canto do olho.
De súbito num outro soluço solto-me e escorrego na loucura desta montanha russa e caio desamparada no meio do pó do caminho.
Ali perto outra gota me olha perdida. É a gota condensada presa na madrugada. Esta não rola está ali parada. Perdeu o seu rumo e está destinada a ficar ali presa até que o sol dos tempos a definhe e a mirre na amargura até ao seu âmago.
No entanto aquela ali que passa, foi a primeira gota, esperou na paciência e engrossou, foi pinga pinga cada vez mais sábia, fez outras suas amigas, juntas encetaram uma nova via, percorreram esses trilhos alcantilados, foram voz na ravina lutaram pelo mesmo ideal em busca do horizonte,foram riacho, ribeiro e rio e hoje rolam orgulhosas nesse mar que sonharam e construíram.


jorge d'alte

quarta-feira, 9 de março de 2011

...Fizemos

...- Fizemos as pazes gritou Manuel para o Zé.
- Já não era sem tempo disse-lhe este contente...mas afinal porque se zangaram?
- Se queres que te diga já nem sei bem... eu estava no recreio da escola quando a Andreia veio ter comigo toda bamboleante cada vez mais perto, mais perto e passou-me a mão por detrás do pescoço puxando-me para me beijar...eu tentei resistir mas ela estava possessa e pronto aconteceu...Para mal dos meus pecados Emilia dobrava a esquina juntamente com Filipa e... foi aqui que tudo aconteceu...viu-me e passou-se e atirou-se com unhas e dentes à dengosa da Andreia...
- Dengosa? Disse Zé suspirando e continuando disse:
- ela é um espanto!
- Tem cuidado pois se Filipa te ouve nem as tripas se te aproveitam...disse Manuel monologando tristemente...arranharam-se uma à outra arrancaram cabelo e o pior foi o soco de Emília, que acertou mesmo no olho da Andreia...tudo acabou nesse momento mas então começou o meu calvário...Por mais que tentasse explicar-lhe que fora a Andreia quem se atirara a mim e que eu não tinha culpa ela não queria saber, não queria ouvir e socou o meu peito desvairada e perdida enquanto os seu soluços me alagavam os ombros...depois simplesmente virou-me as costas e tu sabes o resto.
- Pois sei! sei! a Filipa arrastou-me dali também furibunda, dizia o Zé ainda sentindo toda a fúria desta, que quase me arrancou o braço...depois tive que lhe contar vezes sem conta o que se passou e disse-lhe que tu não tinhas tido culpa...e ela dizia!
- ai não! então porque é que a boca dele estava na dela...
- percebes ela vêm sempre tudo ao contrário, eheheh!mas conta lá e depois como conseguiste safares-te e fazeres as pazes?
Depois de Emilia me ter virado as costas eu fui atrás dela chamando-a vezes sem conta, mas ela não me ligava pivea. Então parei e disse-lhe:
- sem diálogo, tolerância e compreensão, como queres que haja amor entre nós?
Ela estacou e virou-se para trás com olhos faiscantes,que logo morreram quando encontraram os meus.Eu estava perdido na desilusão e ela viu e compreendeu que ou me conquistava de novo ou me perdia de vez.
- Tens razão! disse-me ela, devemos resolver sempre os nossos problemas falando por isso vem daí! E sem mais começou a andar até à árvore grande onde se sentou expectante no murete que a rodeia.
- Fala disse-me ela! Que foi aquilo que se passou ali à pouco?
- Precisamente aquilo que viste! Apenas eu sou injustiçado pois não cometi qualquer crime. Ela veio de repente, tu sabes como ela é...e já há algum tempo que vem com sorrisinhos e poses sexys para mim. Aliás tu já comentaste isso, mas hoje ultrapassou todos os limites...Todos viram o que se passou e se não acreditas em mim temos que ficar por aqui...
- Tens razão Manuel! O pior é que eu sei que não tiveste culpa, mas os meus ciúmes cegaram-me e fizeram com que procedesse assim. Como estou tão arrependida meu Deus! Perdoas-me?
- Como não te posso perdoar? Tu és tudo para mim e perder-te seria ficar amputado de parte de mim...anda cá minha tontinha, o nosso amor vale mais que uma simples cena rasca...
Emília ardia de alegria e desejo, queria beijar Manuel e foi isso mesmo que fez, puxou-o devagarinho, olhou-o com candura, afagou a sua face tisnada, encostou a sua boca húmida e fremente e voou para lá do ciúme encontrando de novo aquela paz que une os corações que se amam...

jorge d'alte (excerto de um dos livros que estou a escrever)

domingo, 6 de março de 2011

...ELA

...Ela entrou um dia na minha vida com o seu post "Sorriso". Foi em Outubro quando as folhas caiem levadas pelos primeiros ventos frios e nesse dia algo modificou o meu horizonte. Uma alma linda tinha caido nesse vai vem desfolhado dentro da minha escrita e a partir daí acho que um laço talvez ténue e imberbe se estabeleceu entre nós. Eu chamei-lhe amizade e entreguei-lhe de alma e coração esta chama que se quer para sempre duradoira.
Gosto muito dos seus postes e acho que tem muito potencial para que se um dia quiser se dedicar à escrita.Sempre gostei dos seus comentários pois me trouxeram sempre uma mais valia à minha vida mostrando-me muitas vezes um ponto de vista quiçá diferente do que eu tinha, e como a vida é feita de aprendizagem e compreenção eu fico-lhe para sempre reconhecido.
Sei que não sou aquela figura importante numa vida que cresce dia a dia numa intensa jovialidade, com as suas duvidas as suas incertezas mas com a sabedoria inata daqueles que um dia souberam aprender.
Por tudo isto que és e pelo que me destes eu te agradeço Joana Villacampa

Jorge d'alte