quinta-feira, 23 de novembro de 2023

TUDO O QUE SOMOS

 Quando o Sol beija a Lua
muitas vezes no entardecer
raiando-a de tons de purpura 
eu amo-te nos linhos frescos, nua
vislumbrante de ternura a ferver
e contamos mais uma história pura
onde somos o que somos, grãos de poeira
no vento que voa procurando sobrevivência
no gemido que ressoa acordando as sombras
mãos esbatidas que apalpam daquela maneira
suaves e quentes erguendo-se em semente, vivência
dos corações que em amor ensombras
os lábios garridos
sons de gemidos
suores da copula
delírio que pula
almas gémeas que se dão
já a noite comeu o  dia como ganha pão
trazendo a matina raiada
nos gelos da madrugada
nos sorrisos belos de quem amou
tudo o que somos, tudo o que sou.


Jorge d'Alte