domingo, 28 de agosto de 2011

AFINAL


AFINAL




Afinal a dama já não vem!
Tantos momentos criados em sonhos retorcidos,
inventando-os belos como únicos, como ramo de rosas,
criadas pela alma de um cultor,
cada uma com a cor do significado; eram dela.
Contei um a um esses segundos que nos aproximavam
dentro deste céu escuro, silencioso e fechado do meu quarto.
Perdido procuro, apalpando frenético uma porta imaginária,
que me leve à saída; é este o meu estado de alma.
Sinto o cheiro do seu murchar definhando na minha desilusão.
Ascendo à posição erecta dos “sapiens” e os passos abrem a janela.
Vejo de novo este mundo de luz que dizem belo,
esse mundo que por ser tão linear, nunca será o meu.

Jorge d'Alte

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

MENSAGEM



A mensagem sonou e entrou descodificada,
Porte-se bem!
E eu não queria!
Por isso refugiei-me no cinzento das palavras
facetando-as em refracções de acções e intenções.
Aos poucos montei esse castelo de cartas
amontoando as letras, baralhando-as,
dando-lhe novos significados, que no virar duma qualquer esquina
podiam ser esse novo caminho para o meu céu imaginado.
Só ela poderia ser a Estrela desse céu, só ela poderia ser a luz,
só ela e o seu sorriso poderiam encher o meu universo.
Por isso busquei na paleta da minha mente, as cores;
Com a alma em amor e ternura fui misturando-as,
dando-lhes o mote e o mate, a minha tonalidade e pintei - pintei horas a fio!
Por fim a tela ficou repleta e eu estava lá, fechado por cada pincelada.
Agora espero pelo seu olhar rezando uma ode ao belo encanto,
esperando que ela simplesmente me veja como sou…
Me dê a sua mão com amizade e me leve de novo à vida, que sou.
Por isso conto o tempo nos segundos, pois a resposta vem algures no caminho…
Queira Deus!

Mas não veio!