sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Moça perdida!

A tentação descia a inclinada areia que quebrava, estalando sob os seus pés nus. Não traçavam nenhum rumo, apenas desciam levando aquele sorriso no seu apogeu. A pele tisnada, rebrilhava no sol o unto protector e nada a afectava, nem mesmo os sorrisos parvos que ilustravam rostos, os piropos banais que cansavam, a lascívia em olhos novos e velhos. Sabia que ofuscava o sol que se vergava à sua passagem, caindo depois desvairado para lá do horizonte de tantos sonhos.
Tanta beleza gritante num ego sem limites!

...A noite caíra no copo dourado de liquido inebriador. Os olhos espreitavam curtos na cortina fantasmagórica do fumo e da musica que vogava doce e suave. Era a hora dos corpos colados, das promessas tentadoras sussurradas ao ouvido,dos convites para outros destinos, trilhos vãos que não levavam a sitio nenhum e as palavras soavam ocas, não traziam a luz ao seu sorriso e os gestos mecânicos caiam no tédio e a solidão entrava naquele peito desfeito de tanto vazio.

...O dia acabara e a agonia aumentara, talvez por culpa de tanta beleza, que ofuscava a outra que algures lhe brilhava na alma e ninguém a via, ou procurava.


jorge d'alte

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