quinta-feira, 21 de setembro de 2023

 Noite escura para lá da porta meia aberta indecisa e macambuzia da cor do meu íntimo.

Aberta que fora logo a lua me caia encima fulgurante nos laivos níveos tracejando o redor com sombras e sombrinhas que pareciam mudar como peles de camaleão.
Parei na ponte sobre o rio morno que dividia a parte minha e a dos outros.
Eu pertencia aos outros nos anos passados de pequenino e como a sombra que me perseguia cresci aventurei-me nas letras e nos números e agora sou eu com a parte minha mais o meu sonho de amor.
Fora na meia adolescência que  como slide brusco a vi ali mesmo deitada na erva mansa rodeada de papoilas e com os pés mordiscados por minúsculos peixinhos que curiosos tinham vindo.
O espelho calmo do rio espelhou o nosso beijo pequenino como mordiscar apressado e escondido na confusão de caracóis e tranças.
Foi nesse dia que tudo começara com doçura afagada com sorrisos escondidos pelos lábios dados com olhar que nos cativou.


Jorge d'Alte

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