terça-feira, 12 de setembro de 2023

OLHEI-TE

 Olhei-te nos meus olhos azuis 

na contraluz de um sol espargido
um corpo de traços vis
um rosto sem pique
uma voz como que rugido
um mero clique.
Lancei meus braços nesse negrume
dei-te luz e uma alma
chamei-te de lá alma em lume
obsessão  que se espalma
no íntimo ardente
Então beijei minha boca na tua
dei-te tudo como quem sente
num apogeu até á lua.
Olhei-te nos meus olhos azuis
teus olhos verdes singelos
e essa lágrima que me deste
correu rios e degelos
és agora o meu deleite 
pequena alma que me perdeste
que nunca mais te enjeite.

Jorge d'Alte

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