terça-feira, 26 de julho de 2011

RECORDAÇÃO

O sol nascera e a minha vida despontara. A minha sombra crescia no chão que pisava. Tudo era novidade, tudo era aprendizagem,e a alma encheu de milhentas coisas que lá guardei. Agora o sol estava no zénite a a sombra estabilizara. Já não seguia á minha frente mas ao meu lado. Foi aí que a alma descobriu o coração e este o amor. E tu foste entre muitas a escolhida, aquela que compartilhou comigo a nova aventura, em descobertas permanentes de um outro estado de espírito e emocional. E aí encontrei essa união essa árvore que ramificou e deu rebentos. Agora a sombra segue atrás dos meus passos. O meu rosto enfrenta a cada hora a cada dia a vida traiçoeira, mas não vacila mesmo sabendo que um dia o sol se vai pôr e não trará novo dia.

A árvore frondosa ensombrava o espaço, mesmo ali ao lado onde o regato cantava mil sons através das pedras desgastadas.Tu olhavas para mim de uma forma diferente...Senti-me mal no teu silencio, enquanto os teus lábios cantavam o teu sorriso.
Ai que lhe deu pensei!
A nossa amizade desde miúdos era livro aberto cujas linhas cheias de letras formavam palavras que conhecia de cor.
Desta vez as letras eram diferentes, como diferentes eram as sensações que trazia o teu olhar.
Aproximei-me dela pegando-lhe na mão acetinada e dourada pelo sol, quando me senti puxado pelo seu olhar e abraçado e sem dizer palavras as bocas uniram-se numa bola incendida de um sentimento novo que dera lugar ao da amizade.
O amor despontara nesse dia e ficou para sempre ardendo no meu coração.

jorge d'alte

2 comentários:

  1. não há palavras para a sua maravilhosa escrita!

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  2. Não sei porque senhor Jorge, mas este texto em especial, tocou-me mesmo muito! adorei, como sempre e mais uma vez.

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