terça-feira, 13 de março de 2012



...A primavera rebentou como imensa flor, alegrando os olhares e retemperando os corações do Inverno que não fora. O frio deixou-se envolver no calor do sol e tudo tem sido diferente.

...a noite fúlgida refugiava-se nos becos e nas estreitas ruas, daquilo que fora eu. Aprisionava no seu negrume as asas do meu coração, tentando tragá-lo para chamá-lo de seu. Fora antes um corpo de sedução, um rosto belo que dera volta à minha cabeça, cegando os meus olhos num deslumbramento desmedido.
Como traça voando em volta dessa luz ,acabei preso na sua teia de magia, deixando-me ficar ali mudo sem sentido de vida, langoroso naquela rotina e as interrogações que eu quisera e pensara fazer, ficaram caladas nos beijos impetuosos que me colheram e seduziram.

...agora vergado pelo peso da escura dor, qual tormenta invernosa e frio que racha, tento cavar trincheiras de refugio no seio da minha alma, apelando ao imo do coração. para que volte a bater de novo e me traga uma nova vida nas rédeas da esperança.

jorge d'alte

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