Era a lua na
noite negra!
O meu amigo vampiro começara a transformação. Alguns longos segundos passados fora um lindo
adolescente com nome, amigável e amoroso, verdadeiro e ternurento.
A sua pele
outrora tão macia de bronze adocicado, era agora um monte de pelos negros e castanhos entremeados
com peles encarquilhadas e descartáveis e a sua cara disforme tinha um olhar selvagem.
Sangueeeeeeeeeeee!
Saaaaaaaangue! Era a palavra que dançava na sua mente retirando-lhe os últimos resquícios
de humanidade e os seus braços que abraçavam antes corpos cheios de amor, eram agora
asas batidas na imensidão da noite…Ele podia voar, voar, voaarrrrr e voava….
Noutro lugar mais remoto um corpo estava repleto de espesso pelo. Seus braços eram agora patas ferozes com unhas assassinas e afiadas e os dentes esbranquiçados e pontiagudos concorriam pendentes com a espuma que caia em cachos pegajosos.
A lua não
brilhava, protegida por nuvens voadoras que corriam apressadas fugindo de um
perigo que não entendiam mas persentiam. Seus olhos pardos e radiantes dourados viam o que antes não conseguiam ver e andavam por ali predadores e sôfregos procurando o
seu néctar para a vida e o seu nariz cheirava o ar procurando avido a carne humana
onde havia veias enfunadas com ventos correntes de Sangue. E à sua mente acorreu a palavra que o
motivava Saaaaaaaaaaaaaaaaaangue! Sangueeeeeeeee!
O vampiro
voava em silêncio pelo meio das sombras vastas, bastas ou meias, como meia hora era o
toque que o relógio batia no velho campanário que por ali existia. Teria pouco tempo para realizar o seu eterno calvário e mitigar o seu eterno vicio. Teria sem falta de beber o liquido morno e espesso de cor avermelhada normalmente doce mas muitas vezes acido da cor do terror infligido. Algures o
sangue corria em doces veias como rios e apetecíveis corações ainda palpitantes.
O lobo que
eu era, corria por montes e campos, por terras de areias grossas ou águas
geladas. O cheiro que me chegava ao olfacto trazido pela brisa errante estava por ali perto e de novo farejei e….Incrivelmente junto colado como praga pegajosa, havia um novo cheiro que me incomodou….
É um
vampiro! - gritei rouco, para logo soltar um uivo agudo de aviso e provocação.
Uauuuuuuuuuuu! Uauuuuuuuuuuuu!
Hummmm
murmurei com a raiva toda mordendo a minha própria fúria.
O súbito
chegara num ápice ali, num face a face receoso mas dilacerante de vontade feroz e avidez incontida por sangue.
Ajoelhada no
chão de relva esmagada e húmida, uma pequena figura humana tremia indefesa possuída de
intenso terror…..
(agora imaginem
e terminem o resto da história que vos contei e tracem o final da mesma)
Sem comentários:
Enviar um comentário