Sentado na tristeza
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segunda-feira, 14 de junho de 2021
AS ASAS
quinta-feira, 10 de junho de 2021
PREMATURO
A Lua mordida brilhava
no seu quarto
Era a testemunha!
Num recanto recôndito
entre a flor e a folha
Sombras suavam
deslavadas na alvura
Estavam agitadas na
noite sem brisa
Como searas endoidecidas
na ventania
Costas encrustadas na
areia que picava insensível
Beijavam como
beija-flores mamando
O néctar devia ser bom
Pois as palavras caídas
eram doces, efervescidas
Rolaram agarradas
soltando-se entre gemidos.
A nuvem cremosa acorreu
esbaforida
Tapou os olhos da Lua,
sua perdida
Também ela era
testemunha.
Vai ser agora,
murmuravam quietas árvores, arbustos
Até a flor que no alvor
se abria.
O sol veio lampeiro na
ajuda aquecendo.
Na areia junto á rocha e
ao monte
A mãe aconchegava o
prematuro.
Jorge d’Alte
sábado, 5 de junho de 2021
VAMPIRA
Sou filha de uma Lua Nova
Gosto de noites bem escuras
por entre as sombras bravias
o meu ciclo sempre se renova
Teço lá as minhas aventuras
procuro o sangue pelas vias
mordo com toda a doçura
Sugo voraz este mel da vida
traindo a humanidade sem dó
depois fico ali quieta e saciada
sentindo em mim esta loucura
sentindo-me como alma perdida
na demanda vã desta caçada
Se não mordo torno-me em pó
alma morta no tempo esquecida
Assim viajo no tempo milenar
amando aquele que vou matar
Sentimentos fortes nunca sentira
nesta alma danada e só de vampira
Jorge d'Alte