segunda-feira, 14 de junho de 2021

AS ASAS

 Sentado na tristeza

Olhava a chávena de café branca
Ainda com laivos efémeros de vapor
Seus bordos castanhos lembravam cabelos pingando
Ela era como ela divertida e colorida
Quem a olhasse de frente via
A asa direita desprendida da vida
Com uma dedada de pó
Desleixada, acabrunhada pelos anos de vida
Peguei nela desafiante e rodeia 
Como um pião na minha mão
OH my God exclamei
Vista detrás a sua asa esquerda 
De curvas elegantes  como que segurasse a cinta
Ela era a diversão a rebeldia, mas também a vida
Olhos estranhos os meus
Sempre nos sonhos perdidos
O copo beijou os meus lábios
Frio e altivo cheio de prazer
Esbocei um sorriso corrosivo
Já de pé segurei a sua asa e voei.


Jorge d'Alte

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