quinta-feira, 19 de julho de 2012


Tinham-me dado asas e disseram-me voa no sonho!


O penhasco tinha alto e fundo e eu era o vértice...à minha frente estendia-se o sonho sem horizonte à vista, mas era belo e singelo em tons indefinidos, mas agradavéis. Pulei na liberdade dessa aragem que nos puxa, que nos leva, que nos entontece e os tons foram clareando em cada rodopio que girei, como ave de rapina procurando bem lá do alto, o alimento que nos mitiga...veio o rosto dourado nuns olhos azuis e em cornucópias de cabelos acastanhados e encaracolados. Emaranhei-me neles sorvendo esse cheiro magico de pétalas de rosas vermelhas. Senti-me siando no vórtice aberto e fui sustido pelo encarnado desses lábios húmidos de paixão, que me contaram uma nova história, um novo guião para o meu rumo...e o sonho viveu e cresceu nos passos sussurrados, nas mãos que se uniam e não largavam.
Que sonho era aquele que no proscénio se abria como um leque multifacetado de sentimentos, muitos? Perguntei à estrela que voava ao meu lado, agora num céu aberto de breu, pintalgado de eternas luzinhas douradas. É o nosso amor, o sonho maior que a alma almeja, o sabor desejado que não se vende nos hipermercados nem nos shoppings, mas que se constrói nas pequenas coisas que guardamos no nosso âmago e que por elas lutamos, vivemos e sofremos.


jorge d'alte

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