sábado, 21 de dezembro de 2024

AO SOL TE VI

 Ao sol te vi
como flor murcha 
desprendendo-se da vida.
Olhei para ti
teus olhos dentro da concha
uma alma perdida.
Ergui teu rosto
bebi as lágrimas
e cego me senti.
Teus lábios de mosto
palavras dirimas
e em ti me perdi.
Olhamos o sol posto
num abrasar de almas
um tempo curto.
Num gesto de gosto
num bater de palmas
um corpo que curto. 

Ao luar te vi
Como deusa insana
Nas sombras gemi
num corpo de gana
a seiva te dei
num ninho de mel
teu nome chamei
serei sempre fiel.


Jorge d'Alte

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