Lá, junto à ribeira
Com a água a tresloucar
Vi teu rosto à minha beira
Teus lábios a aproximar.
Junta teus lábios aos meus
Junta à minha a tua alma
Que não seja um mero adeus
Sabores e cheiros teus que me acalma.
Jorge d'Alte
TODO O CONTEÚDO DESTE BLOG ESTÁ SUJEITO A DIREITOS DE AUTOR. Todas as fotos e desenhos postados são do autor
Lá, junto à ribeira
Com a água a tresloucar
Vi teu rosto à minha beira
Teus lábios a aproximar.
Junta teus lábios aos meus
Junta à minha a tua alma
Que não seja um mero adeus
Sabores e cheiros teus que me acalma.
Jorge d'Alte
Pétala e caule
Harpa e corda
Partes de um todo
Tu e eu!
Não fales assim
Que me seduzes…
Deixa que isto cresça
Como a flor,
Deixa que a nossa canção
Flutue no nosso ar,
Deixa que a vida teça
Com fios duradoiros
O mapa da nossa vida,
Até que o todo
Una, a tua vontade e a minha.
Jorge d’Alte 2018
O sonho de ontem fora azul
Os prantos caíram no proscênio
mesmo antes do suspiro fatalLibertem as crianças!
De olhos parados
Nas secas palhas
Naquela noite
como mensageiros da desgraça
apareceram os lobos.
As fauces sorriram
as palavras morderam
e o sangue espichou.
Pelo menos assim pareceu,
pois traziam peles de cordeiro,
e no chão entre espuma de ódio
e ventos de fúria,
o corpo rolava ao sabor do pontapé.
A garra filou-se no cabelo que puxou
arrastando esse despojo
pelas amarguras do chão,
com unhas arranhadas, desfeitas no desespero.
Quem apanhava não gemia,
quem gemia olhava
e a voz incentivava escondida pela câmara.
A alcateia espreitava!
Os despojos estavam prontos para o repasto
e o facebook foi o prato em que foi servido.
(É tempo dos comentários e tantos eram
que caiam em cataratas de imbecilidade.
O pessoal adorou e vieram os doutos satisfeitos -
“Isto mostra que há diálogo entre os jovens” – obsceno!
Outro –“ podemos estar ou não perante um crime”
Desenrolaram o tal filme onde a lei estava,
mas a justiça?
Essa perdera-se no meio de tantas vírgulas e pontos.
O travessão foi o último para sublinhar – não há!)
Exclamem todos agora – Oh!
Jorge d'Alte
Que gozos são esses
Hoje foi dia de sonhos
Sonhei como nunca sonhara
Deitei fora esses dias tristonhos
E desenhei com o meu sorriso a tua cara.
Fui levado a esses céus de lua cheia
Na ponta da minha estrela da sorte
E encontrei-te presa nessa teia
Onde a tristeza bulia como vento norte.
Escutei o som das tuas lágrimas caindo
Como cordas pungentes tocando
Peguei com carinho na tua alma sorrindo
E nela soletrei amor em lume brando
Depois as nuvens vieram e levaram-me
Num esvoaçar em desejo farto.
Encontrei-te nesses lábios que beijaram-me
Doces fadigas que contigo reparto
As peles suadas como orvalho da alvorada
Gretavam nesse sentir de garras afiadas
pronunciando na carne devorada
que o amor e a paixão podem ser sonhadas.
Jorge d'Alte
Havia um lírio alvo no monte