quinta-feira, 20 de maio de 2021

SONHO PALESTINO

 O sonho de ontem fora azul

Azul da cor dos nossos olhos
Ansiosos e famintos da doçura do amor.
Mas hoje dividíamos beijos e sorrisos
Entre linhos singelos bordados
Com pétalas rubras do desejo.
A boca pasmara
Quando acordara no inferno
Pedaços de fogo cruzavam os ares
Seu rugido bramia por entre os gritos
Os sonhos sangravam na desventura
As preces acordaram os céus
O concílio  conciliava cinzento
Agarrando as nossas almas como carraças.
O sangue gorgolejava sem sentido
E fora sem sentido que a morte nos buscara.


Jorge d'Alte 

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