sábado, 1 de maio de 2021

LÍRIO

 Havia um lírio alvo no monte

Pregado na penedia
Brilhava na luz do dia
Chorava orvalho na madrugada fria.
Como chegara ali não sabia
Mas já fora mais pequeno do que era
Voara nos ventos  de Ódin
Sementinha criança traquina
Por sua vontade agarrara-se á pedra quente
Ferrou as raízes na terra fria dando-lhe seiva pura
Cresceu límpida espontou flor de alvura
Regozijou-se com a abelha que zunia sorvendo
Poléns que eram da sua vida.
Algures nas serras dentadas outra flor se abria
Sentiu uma abelha esvoaçar no seu zunido
Beijando-a no meio dia.
Sentiu-se desflorada por entre raios de sol
Sentiu-se mimada na lua cheia
Ao seu lado despontou um pequeno lírio Azul.


Jorge d'Alte

Sem comentários:

Enviar um comentário