De olhos parados
Em campos de medo
A criança chorava
Em braços agarrados.
Nesse dia bem cedo
Logo ao portão a sua cor cava
Era chacota apegada
Pelas vozes cretinas de alguns.
Sua sacola espalhava livros na arcada
Seu rosto pintava-se em cortes esfolados
Só um enfrentou esses alguns
Sua voz irada foi gesto de ternura
Uma a uma as lágrimas afagou
As vozes imbecis calaram-se pelos lados
Esse gesto de candura
A dor, a cor, calou.
Jorge d'Alte
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