quinta-feira, 13 de maio de 2021

A COR

   De olhos parados 

Em campos de medo
             A criança chorava 
Em braços agarrados.
             Nesse dia bem cedo
Logo ao portão a sua cor cava
             Era chacota apegada
Pelas vozes cretinas de alguns.
              Sua sacola espalhava livros na arcada
Seu rosto pintava-se em cortes  esfolados 
              Só um enfrentou esses alguns
Sua voz irada foi gesto de ternura
              Uma a uma as lágrimas afagou
As vozes imbecis calaram-se pelos lados
              Esse gesto de candura
A dor, a cor, calou.

Jorge d'Alte

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