Nesse dia
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quarta-feira, 28 de abril de 2021
EU AMEI UNS OLHOS VERDES
segunda-feira, 26 de abril de 2021
EMIGRANTES
Eram tempos de antanho
Sem futuro e descalços pés
sábado, 24 de abril de 2021
AMIZADE
É aquele sentimento que era gelo antes de o ser, e que se vai derretendo lentamente trespassando os tecidos e encharcando-nos quando menos esperamos.
E este é a nossa dádiva sem esperar troco porque soube escutar, compreender e ajudar.
sexta-feira, 23 de abril de 2021
ALÉM
Até nem estava mal..
A chuva que caíra brilhava em gotas de sol resplandecente
A árvore acenou barulhenta e resmungona com o açoite do vento
Só o mar continuava a sua canção de embalar
Chorava no presente o passado
Anos e anos de cenas semelhantes de um filme
A onda de luz surgiu de repente inimaginável brilhante como nunca ,,,
( Etérea luz de brilho caminhante era eu mergulhado no de lá
quarta-feira, 21 de abril de 2021
DEPOIS DA DESPEDIDA
segunda-feira, 19 de abril de 2021
PECADO ORIGINAL
O Pai!
Filho vês os olhos como eu vejo?
Criei um Éden cheio de maravilhas e Criei Ela para lá viver.
Não comas a maçã que te é oferecida em luxuria pois a luz alternará com as sombras e estas trarão maldições e o fim da eternidade.
O corpo corria lesto atirando a sua sombra em todas as direções.
A caverna sempre escura era iluminada pelo fogo dos deuses que nascia da pedra da terra aquecendo-a e iluminando-a.
Em volta o fumo azulado assobiava quando tocava na brisa e chispava aborrecidas faúlhas que voavam e cobriam aquele chão de negro.
Figuras sentadas escutavam as falas nos deuses e o feiticeiro ditava a sua lei.
Ele o mais novo de tenros anos doze fora o escolhido.
Ela de onze seria a sua deusa quando casassem.
Fora escrito nas estrelas e quando estas, no céu de breu se juntassem, casariam.
Quantos anos tinham decorrido desde então?
A seus pés Ela estava deitada arfante e desejosa em cima da folhagem verde e fresca que servia de leito. O som que soltou sobressaltou-o, sentindo de imediato aquele arrepio pela espinha acima entesando-o e o desejo sorriu quando retirou a tanga que lhe envolvia as partes escondidas.
Caiu sobre ela envolvendo-a no abraço sorvendo na saliva o mel.
O som da musica ritmava o seu ardor cada vez mais rápido cada vez mais desejado e os seios dela cresceram duros de mamilos e a pele derretia-se numa cama de suor ardente e gélido.
Agora cavalgava numa longa pradaria tendo como fito a montanha que crescia nos seus olhos e dentro dele.
Voou com Ela siando no ar quente.
Fechou os olhos arrastado no gemido sem fim que lançou agarrado e foram como sinos tocando badaladas de desejo.
O lago de suor era a sua cama onde nadava nos beijos.
O sol rasgava a madrugada cantando a boa nova dele e dela mas na caverna parca iluminada os sonhos navegavam à deriva no sono.
Eram deuses no Olimpo e a Terra era deles.
O corpo corria atirando a sua sombra em todas as direções.
O Pai decretara a lei.
Jorge d'Alte
domingo, 18 de abril de 2021
UM AMOR EXTRAORDINÁRIO
Um amor extraordinário
Tinham dito por ali
De olhares tristes cabisbaixos
Enquanto o dia se esconsava
Num mar de papoilas
Recordavam-se as pessoas
Nesse ópio avermelhado.
Fora num dia parecido
Logo de madrugada
Quando o som do galo ainda ecoava na geada
O culpado tinha sido o pico
Sim o pico
Pois quando passava, o melro de bico amarelo esvoaçara
Assustando-a
E ela picara-se na roseira branca de bordos róseos
Mesmo na dor as vozes saudaram-se enervadas.
Ficava sempre assim quando a via passar, gaiata
feliz.
Seus olhos risonhos sempre o cativaram
Ele um cachopo que quisera ser livre
ter a liberdade de sonhar.
Beijara o dedo dela no sítio da picada
Mas foi quando os sorrisos se encontraram
Que tudo descambara
Num mundo para eles desconhecido e vibrante
Os lábios tinham-se comungado e a liberdade voara.
Alguns ainda se lembravam
Pois as idades eram as mesmas deles
Correndo pelas ruas cheias de sombras
De sacolas ás costas trazendo atrás deles as risadas
e as saudades de meninos e moços.
A vida fora cheia para eles
Agora amortalhados a meio dos noventa.
As vozes tinham gritado furiosas
Riscando nos fungares a sua desdita.
Fora a vontade de Deus
Diziam uns.
Foi o maldito bicho vociferaram outros
Juntos na vida, juntos na morte.
Coitados já andavam adoentados murmurou o António da Micas
Toda uma vida plena de Amor ajuntou o Serafim da pipa.
Aconchegaram-se no seu cantinho e definharam
foi o que foi.
Foi com um abraço que se despediram aflautou a Ritinha.
Um amor extraordinário, garantira o padre embargado
no alto do púlpito
Um amor extraordinário.
Jorge
quinta-feira, 15 de abril de 2021
GRITO DE DOR - crianças da guerra -
No meio da selva intranquila
Um grito de dor pungente.
Tapam-se os ouvidos nos olhos de medo
Dores afiadas que se tornam no sangue
E os trilhos são rios sussurrantes
Cheios de trapos de ódio e raiva.
A neve branca e calma cai em gotas, lenta
Passos perdidos que assinalam uma vida.
Em seu canto, uma brincadeira infantil
O brinquedo é uma arma - tudo bem
É tudo o que eles sabem fazer
Tudo o que eles precisam para jogar
E seu dia é a noite.
Suas almas vazias
Não há alegria nem amor
Quando as armas cantam - é rock and roll de dor
E eles dançam entre tiros
Caindo na terra olhando o céu
Então Deus acorda apavorado
Envia os seus anjos - perguntar o porquê.
As canções dos pássaros
São baladas que não conhecem
Um mar turbulento.
Dentro cresce
Ondas de cegueira
Que vem e vai
Como poderiam ouvir
Em sentimentos de tempestade
Esta é a luta cheia de saudações
E as ruas são rios sussurrantes
Cheio de trapos de ódio e raiva
Crescem à medida que as árvores crescem.
Seus braços são cachos
Sem folhas nem flores
E sempre serão crianças
Mas o seu sorriso são armadilhas
Onde a caça cai
E as ruas são estreitas
Onde as sombras se tornam demônios
Corvos de almas
Gangue de tolos.
Jorge d'Alte
REENCONTRO
Hoje contemplei-a sem ela se aperceber
quarta-feira, 14 de abril de 2021
A CANÇÃO DO BUSIO
Escuto a canção do buzio
O seu chamar sem pranto dorido
E VIVO
Sem toques de afagar que posso eu fazer?