quarta-feira, 21 de abril de 2021

DEPOIS DA DESPEDIDA

 


Sinto tanto frio! 
Sofro tanto neste vazio que sinto cá dentro
No entanto compreendo o meu destino
Pois vivi um amor como ninguém e tê-lo-ei de volta no fim dos dias,
No começo da eternidade
Embora sonhos ruins me consumam na noite
Quando te desenho nas sombras e tu vives nos meus olhos num sonho acordado. 
Há muito que vaguei-o pela noite solitário
Onde tudo é escuro, pelo menos deste lado
E tu, amor onde estás agora? 
Por mais que olhe e te procure no nosso céu
Não te vejo e não te ouço, mas sinto-te
Embrulhada na saudade que me acomete
Cada vez mais espaçadamente.
Será isto o que me contaste no teu fim? 
Que o tempo te levaria na bruma
E que quando ela desaparecesse outro rosto estaria ali à minha espera
Para me dar nesta vida a felicidade truncada que não me pudeste dar? 
Sinto tanto frio e a alma morre na míngua sem a tua seiva para me animar
Abre-me a tua janela amor! 
Deixa cair o teu sorriso sobre mim como raios dourados de amor;
Faz com que os meus olhos cansados e secos chorem a nossa alegria de novo
Ou então deixa-me entrar por ela para te poder abraçar para sempre…




Jorge d'Alte


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