sexta-feira, 23 de abril de 2021

ALÉM

 


Até nem estava mal..
A chuva que caíra brilhava em gotas de sol resplandecente

Prismando cores diversas como pequenos múltiplos arco íris.
A árvore acenou barulhenta e resmungona com o açoite do vento
Até ali  alheado da sua natureza..
Só o mar continuava a sua canção de embalar
Enviando ondas e ondas como feromonas de acasalamento
Tentando encantar o meu animo e excitá-lo
Arrancando-o da contemplação intima de mórbida auto comiseração.
Chorava no presente o passado
Desatando mais uma vez os nós apertados que o mantinha ali
Como sempre autentico e doloroso com a sua imagem como faca
Retalhando-me por dentro expondo toda a minha vulnerabilidade
Atiçando-me dores cruciantes..
Anos e anos de cenas semelhantes de um filme
Visto e revisto, vívido e anestesiante esperando que o milagre acontecesse
Por uma vontade morta e ossificada.
A onda de luz surgiu de repente inimaginável brilhante como nunca ,,,

( Etérea luz de brilho caminhante era eu mergulhado no de lá
Sem som nem volume nem traços na poeira do caminho. 
A Luz era breu como breu fora a luz do espaço
Adornado de dourados pontos nomeados pelos sábios do antigamente. 
Viajava sem pagar- O passaporte fora-me dado sem saber).


Jorge d'Alte


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