domingo, 13 de junho de 2010

Porque me chamaste?

Porque me chamaste?
O sonho era lindo naquele dia de primavera. Os olhos fechados viam por entre nuvens esbranquiçadas as mãos dadas correndo ao sabor do vento levando nossos corpos em atropelos onde a alegria brilhava nos olhos e o gargalhar do sorriso era promessa culminada em beijos que chegavam como aquelas mansas ondas do mar. E como elas, trazia o sabor e o cheiro do nosso amor.
Sim eram dias ofuscantes onde a juventude era irreverência, era desprendimento era a força dessa vida.
Diz-me quanto tempo se passou?
Naqueles dias nunca nos passou pela cabeça que o nosso futuro eram só mais duas semanas.
Não nunca nos passou pela cabeça!
Onde estás agora?
Por favor o que é aquilo no canto dos teus olhos?
Deixa-me enxugar essas pérolas salgadas que rolam desses olhos cor de mar!
Abraça-me agora no meu sonho e deixa-me sentir o perfume do teu corpo, a tua pele tisnada como cetim dourado, o teu coração descompassado, a tua respiração apressada...tudo o que me foi retirado.
Porque me chamaste agora?
O vazio enche a minha alma. A dor e a tristeza mordem-me de vez enquando, mas a recordação vive na minha mente. Vejo-te como sempre bela e morena quente, com rosto de vinte anos, sem rugas, sem máculas, mas agora sem vida.
Estou quase a acordar, os meus olhos despertam no escuro escutando o teu apelo, envolto no meu sorriso.
Há quanto tempo já não sorria assim?
Agora sei porque me chamaste!


Jonel 13.07.10

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