Hoje é um dia fechado
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segunda-feira, 26 de julho de 2021
DESALENTO
sábado, 24 de julho de 2021
VAZIO
quarta-feira, 7 de julho de 2021
NÃO SEI
Olhei o escuro céu
segunda-feira, 14 de junho de 2021
AS ASAS
Sentado na tristeza
quinta-feira, 10 de junho de 2021
PREMATURO
A Lua mordida brilhava
no seu quarto
Era a testemunha!
Num recanto recôndito
entre a flor e a folha
Sombras suavam
deslavadas na alvura
Estavam agitadas na
noite sem brisa
Como searas endoidecidas
na ventania
Costas encrustadas na
areia que picava insensível
Beijavam como
beija-flores mamando
O néctar devia ser bom
Pois as palavras caídas
eram doces, efervescidas
Rolaram agarradas
soltando-se entre gemidos.
A nuvem cremosa acorreu
esbaforida
Tapou os olhos da Lua,
sua perdida
Também ela era
testemunha.
Vai ser agora,
murmuravam quietas árvores, arbustos
Até a flor que no alvor
se abria.
O sol veio lampeiro na
ajuda aquecendo.
Na areia junto á rocha e
ao monte
A mãe aconchegava o
prematuro.
Jorge d’Alte
sábado, 5 de junho de 2021
VAMPIRA
Sou filha de uma Lua Nova
Gosto de noites bem escuras
por entre as sombras bravias
o meu ciclo sempre se renova
Teço lá as minhas aventuras
procuro o sangue pelas vias
mordo com toda a doçura
Sugo voraz este mel da vida
traindo a humanidade sem dó
depois fico ali quieta e saciada
sentindo em mim esta loucura
sentindo-me como alma perdida
na demanda vã desta caçada
Se não mordo torno-me em pó
alma morta no tempo esquecida
Assim viajo no tempo milenar
amando aquele que vou matar
Sentimentos fortes nunca sentira
nesta alma danada e só de vampira
Jorge d'Alte
quinta-feira, 3 de junho de 2021
INDEFESO
domingo, 30 de maio de 2021
JUNTO À RIBEIRA
Lá, junto à ribeira
Com a água a tresloucar
Vi teu rosto à minha beira
Teus lábios a aproximar.
Junta teus lábios aos meus
Junta à minha a tua alma
Que não seja um mero adeus
Sabores e cheiros teus que me acalma.
Jorge d'Alte
sábado, 29 de maio de 2021
A HORA
no cais da morte.
A alma singela em passinhos curtos.
- Não entro!
- Quero o metro porque enjoo.
Enfiam-lhe asas – voa!
O corvo negro saltita não de contentamento.
Aflito!
- Só voo na TAP!
No rés-do-chão a sombra negra abre a porta
do elevador. (nervoso)
Olhos procuram ver…
- Ainda não fez a revisão! Não entro, não!
- Posso morrer!
Negra sombra ainda mais negra, (desesperada)
caminha desgastada degrau a degrau.
….A luzinha alva brilha lá muito em cima.
- Falta muito para lá chegar?
Abre a bolsinha, tira o big mac
procura a bebida para empurrar…
…Santa paciência! O negro desdita.
Ergue para cima as covas do olhar
pega no telemóvel suplicante: - Meu Deus!
- Posso deixá-la ficar?
Jorge d'Alte
sábado, 22 de maio de 2021
DEIXA
Pétala e caule
Harpa e corda
Partes de um todo
Tu e eu!
Não fales assim
Que me seduzes…
Deixa que isto cresça
Como a flor,
Deixa que a nossa canção
Flutue no nosso ar,
Deixa que a vida teça
Com fios duradoiros
O mapa da nossa vida,
Até que o todo
Una, a tua vontade e a minha.
Jorge d’Alte 2018
quinta-feira, 20 de maio de 2021
SONHO PALESTINO
O sonho de ontem fora azul
Ansiosos e famintos da doçura do amor.
Mas hoje dividíamos beijos e sorrisos
Entre linhos singelos bordados
Com pétalas rubras do desejo.
segunda-feira, 17 de maio de 2021
CHEGADA DA MORTE
Os prantos caíram no proscênio
mesmo antes do suspiro fatalA doença agarrara o corpo, definhando-a
mirrou-a e moldou-a como gênio
já na primavera depois do natal
Não houveram prendas de desejos alegrando-a
Nem de chilreios de andorinhas, nem flores abrindo
apenas a dor da saudade carpindo.
Jorge d'Alte
sexta-feira, 14 de maio de 2021
LIBERTEM AS CRIANÇAS
Libertem as crianças!
quinta-feira, 13 de maio de 2021
A COR
De olhos parados
segunda-feira, 10 de maio de 2021
QUEM SE LEMBRA DELA
Nas secas palhas
sábado, 8 de maio de 2021
BULLING
Naquela noite
como mensageiros da desgraça
apareceram os lobos.
As fauces sorriram
as palavras morderam
e o sangue espichou.
Pelo menos assim pareceu,
pois traziam peles de cordeiro,
e no chão entre espuma de ódio
e ventos de fúria,
o corpo rolava ao sabor do pontapé.
A garra filou-se no cabelo que puxou
arrastando esse despojo
pelas amarguras do chão,
com unhas arranhadas, desfeitas no desespero.
Quem apanhava não gemia,
quem gemia olhava
e a voz incentivava escondida pela câmara.
A alcateia espreitava!
Os despojos estavam prontos para o repasto
e o facebook foi o prato em que foi servido.
(É tempo dos comentários e tantos eram
que caiam em cataratas de imbecilidade.
O pessoal adorou e vieram os doutos satisfeitos -
“Isto mostra que há diálogo entre os jovens” – obsceno!
Outro –“ podemos estar ou não perante um crime”
Desenrolaram o tal filme onde a lei estava,
mas a justiça?
Essa perdera-se no meio de tantas vírgulas e pontos.
O travessão foi o último para sublinhar – não há!)
Exclamem todos agora – Oh!
Jorge d'Alte
quinta-feira, 6 de maio de 2021
MEMÓRIAS
Que gozos são esses
segunda-feira, 3 de maio de 2021
SONHOS
Hoje foi dia de sonhos
Sonhei como nunca sonhara
Deitei fora esses dias tristonhos
E desenhei com o meu sorriso a tua cara.
Fui levado a esses céus de lua cheia
Na ponta da minha estrela da sorte
E encontrei-te presa nessa teia
Onde a tristeza bulia como vento norte.
Escutei o som das tuas lágrimas caindo
Como cordas pungentes tocando
Peguei com carinho na tua alma sorrindo
E nela soletrei amor em lume brando
Depois as nuvens vieram e levaram-me
Num esvoaçar em desejo farto.
Encontrei-te nesses lábios que beijaram-me
Doces fadigas que contigo reparto
As peles suadas como orvalho da alvorada
Gretavam nesse sentir de garras afiadas
pronunciando na carne devorada
que o amor e a paixão podem ser sonhadas.
Jorge d'Alte
sábado, 1 de maio de 2021
LÍRIO
Havia um lírio alvo no monte
quarta-feira, 28 de abril de 2021
EU AMEI UNS OLHOS VERDES
Nesse dia
segunda-feira, 26 de abril de 2021
EMIGRANTES
Eram tempos de antanho
Sem futuro e descalços pés
sábado, 24 de abril de 2021
AMIZADE
É aquele sentimento que era gelo antes de o ser, e que se vai derretendo lentamente trespassando os tecidos e encharcando-nos quando menos esperamos.
E este é a nossa dádiva sem esperar troco porque soube escutar, compreender e ajudar.
sexta-feira, 23 de abril de 2021
ALÉM
Até nem estava mal..
A chuva que caíra brilhava em gotas de sol resplandecente
A árvore acenou barulhenta e resmungona com o açoite do vento
Só o mar continuava a sua canção de embalar
Chorava no presente o passado
Anos e anos de cenas semelhantes de um filme
A onda de luz surgiu de repente inimaginável brilhante como nunca ,,,
( Etérea luz de brilho caminhante era eu mergulhado no de lá
quarta-feira, 21 de abril de 2021
DEPOIS DA DESPEDIDA
segunda-feira, 19 de abril de 2021
PECADO ORIGINAL
O Pai!
Filho vês os olhos como eu vejo?
Criei um Éden cheio de maravilhas e Criei Ela para lá viver.
Não comas a maçã que te é oferecida em luxuria pois a luz alternará com as sombras e estas trarão maldições e o fim da eternidade.
O corpo corria lesto atirando a sua sombra em todas as direções.
A caverna sempre escura era iluminada pelo fogo dos deuses que nascia da pedra da terra aquecendo-a e iluminando-a.
Em volta o fumo azulado assobiava quando tocava na brisa e chispava aborrecidas faúlhas que voavam e cobriam aquele chão de negro.
Figuras sentadas escutavam as falas nos deuses e o feiticeiro ditava a sua lei.
Ele o mais novo de tenros anos doze fora o escolhido.
Ela de onze seria a sua deusa quando casassem.
Fora escrito nas estrelas e quando estas, no céu de breu se juntassem, casariam.
Quantos anos tinham decorrido desde então?
A seus pés Ela estava deitada arfante e desejosa em cima da folhagem verde e fresca que servia de leito. O som que soltou sobressaltou-o, sentindo de imediato aquele arrepio pela espinha acima entesando-o e o desejo sorriu quando retirou a tanga que lhe envolvia as partes escondidas.
Caiu sobre ela envolvendo-a no abraço sorvendo na saliva o mel.
O som da musica ritmava o seu ardor cada vez mais rápido cada vez mais desejado e os seios dela cresceram duros de mamilos e a pele derretia-se numa cama de suor ardente e gélido.
Agora cavalgava numa longa pradaria tendo como fito a montanha que crescia nos seus olhos e dentro dele.
Voou com Ela siando no ar quente.
Fechou os olhos arrastado no gemido sem fim que lançou agarrado e foram como sinos tocando badaladas de desejo.
O lago de suor era a sua cama onde nadava nos beijos.
O sol rasgava a madrugada cantando a boa nova dele e dela mas na caverna parca iluminada os sonhos navegavam à deriva no sono.
Eram deuses no Olimpo e a Terra era deles.
O corpo corria atirando a sua sombra em todas as direções.
O Pai decretara a lei.
Jorge d'Alte
domingo, 18 de abril de 2021
UM AMOR EXTRAORDINÁRIO
Um amor extraordinário
Tinham dito por ali
De olhares tristes cabisbaixos
Enquanto o dia se esconsava
Num mar de papoilas
Recordavam-se as pessoas
Nesse ópio avermelhado.
Fora num dia parecido
Logo de madrugada
Quando o som do galo ainda ecoava na geada
O culpado tinha sido o pico
Sim o pico
Pois quando passava, o melro de bico amarelo esvoaçara
Assustando-a
E ela picara-se na roseira branca de bordos róseos
Mesmo na dor as vozes saudaram-se enervadas.
Ficava sempre assim quando a via passar, gaiata
feliz.
Seus olhos risonhos sempre o cativaram
Ele um cachopo que quisera ser livre
ter a liberdade de sonhar.
Beijara o dedo dela no sítio da picada
Mas foi quando os sorrisos se encontraram
Que tudo descambara
Num mundo para eles desconhecido e vibrante
Os lábios tinham-se comungado e a liberdade voara.
Alguns ainda se lembravam
Pois as idades eram as mesmas deles
Correndo pelas ruas cheias de sombras
De sacolas ás costas trazendo atrás deles as risadas
e as saudades de meninos e moços.
A vida fora cheia para eles
Agora amortalhados a meio dos noventa.
As vozes tinham gritado furiosas
Riscando nos fungares a sua desdita.
Fora a vontade de Deus
Diziam uns.
Foi o maldito bicho vociferaram outros
Juntos na vida, juntos na morte.
Coitados já andavam adoentados murmurou o António da Micas
Toda uma vida plena de Amor ajuntou o Serafim da pipa.
Aconchegaram-se no seu cantinho e definharam
foi o que foi.
Foi com um abraço que se despediram aflautou a Ritinha.
Um amor extraordinário, garantira o padre embargado
no alto do púlpito
Um amor extraordinário.
Jorge
quinta-feira, 15 de abril de 2021
GRITO DE DOR - crianças da guerra -
No meio da selva intranquila
Um grito de dor pungente.
Tapam-se os ouvidos nos olhos de medo
Dores afiadas que se tornam no sangue
E os trilhos são rios sussurrantes
Cheios de trapos de ódio e raiva.
A neve branca e calma cai em gotas, lenta
Passos perdidos que assinalam uma vida.
Em seu canto, uma brincadeira infantil
O brinquedo é uma arma - tudo bem
É tudo o que eles sabem fazer
Tudo o que eles precisam para jogar
E seu dia é a noite.
Suas almas vazias
Não há alegria nem amor
Quando as armas cantam - é rock and roll de dor
E eles dançam entre tiros
Caindo na terra olhando o céu
Então Deus acorda apavorado
Envia os seus anjos - perguntar o porquê.
As canções dos pássaros
São baladas que não conhecem
Um mar turbulento.
Dentro cresce
Ondas de cegueira
Que vem e vai
Como poderiam ouvir
Em sentimentos de tempestade
Esta é a luta cheia de saudações
E as ruas são rios sussurrantes
Cheio de trapos de ódio e raiva
Crescem à medida que as árvores crescem.
Seus braços são cachos
Sem folhas nem flores
E sempre serão crianças
Mas o seu sorriso são armadilhas
Onde a caça cai
E as ruas são estreitas
Onde as sombras se tornam demônios
Corvos de almas
Gangue de tolos.
Jorge d'Alte
REENCONTRO
Hoje contemplei-a sem ela se aperceber
quarta-feira, 14 de abril de 2021
A CANÇÃO DO BUSIO
Escuto a canção do buzio
O seu chamar sem pranto dorido
E VIVO
Sem toques de afagar que posso eu fazer?